Flor definição, estrutura, e partes principais

Carlos Lira Gómez. MSc. em Ciências Marinhas. Data: 08/04/2024.

A flor é a estrutura reprodutiva de um grupo de plantas agrupadas sob o nome de Angiospermas (= Magnoliophyta), e é composta por estruturas estéreis e estruturas reprodutivas. Neste último, formam-se gametas sexuais masculinos e femininos, chamados respectivamente de micrósporos (pólen) e macrósporos (óvulos), nos quais também ocorre a fecundação ou fusão de ambos os gametas.

Generalidades e processo de floração

Entre as plantas, há algumas que possuem um grupo de tecidos especializados para o transporte interno de nutrientes e compostos processados (sistema vascular), e outras que os carecem.

As plantas que a apresentam (plantas vasculares) têm sido tradicionalmente divididas em dois grupos, as que não possuem flores (gimnospermas) e as que possuem flores (angiospermas ou magnoliófitas), porém esta classificação está atualmente em revisão.

Atualmente considera-se que tanto as gimnospermas quanto as angiospermas possuem flores, mas nas gimnospermas essas flores são agrupadas em inflorescências que, ao contrário do que acontece nas angiospermas, nunca darão origem a um fruto. Os comentários e descrições indicados neste artigo baseiam-se nas flores das angiospermas, que são consideradas flores “típicas”, mais desenvolvidas, complexas, abundantes e conspícuas que as das gimnospermas.

Como já mencionado, a flor é uma estrutura reprodutiva e, diferentemente do que acontece nos animais, não está presente durante todo o desenvolvimento ontogenético do organismo, mas surge no período reprodutivo, numa fase que é conhecida como floração.

Durante a floração, o meristema apical caulino (tecido que dá origem a todas as partes aéreas da planta) sofre transformações no tamanho e na atividade celular, passando de meristema vegetativo a meristema reprodutivo, do qual se originarão as diferentes partes de uma flor.

Partes principais da flor

Uma flor pode crescer diretamente no caule (séssil), ou pode estar fixada a ele diretamente por um pedúnculo, ou indiretamente por pedicelos que partem do pedúnculo, quando são várias flores que crescem juntas (inflorescência).

As flores podem ser consideradas folhas altamente modificadas e especializadas para realizar atividades relacionadas à reprodução, que são chamadas de antófilas. Esses antófilos crescem em forma de espiral ou juntos em torno de um eixo comum formando verticilos florais, alguns dos quais são inférteis e fazem parte do perianto (cálice e corola), enquanto outros são férteis (androceu e gineceu).

As flores podem ser unissexuais, masculinas ou femininas, caso em que não teriam androceu ou gineceu, ou podem ser hermafroditas. As espirais do perianto também podem estar presentes (heteroclamídeas), uma delas faltando (monoclamídeas) ou ambas ausentes (aclamídeas).

No caso das flores monoclamídeas, os verticilos do perigônio (equivalente ao perianto das heteroclamídeas) são chamados de tépalas, enquanto as flores aclamídeas também são conhecidas como flores nuas.

Cálice

É o verticilo mais externo do perianto das flores heteroclamídeas, é formado por sépalas, geralmente verdes, de aspecto foliáceo, e sua duração na flor é variável.

Sua função principal é proteger o restante dos componentes da flor fechada, mas, uma vez abertos, podem cair, persistir por um tempo ou até mesmo permanecer no fruto.

As sépalas podem ser separadas (dialisépalas) ou unidas (gamosépalas), reduzidas a estruturas semelhantes a cabelos (pavilan), modificadas para transportar néctar (esporões nectaríferos) ou assemelhar-se a pétalas (petaloides).

Corola

É o verticilo que acompanha internamente o cálice e envolve as partes reprodutivas nas flores heteroclamídeas.É composto por pétalas, geralmente muito coloridas e marcantes para atrair insetos polinizadores.

As pétalas podem ser separadas (dialipétalas) ou unidas (gamopétalas), podendo neste caso apresentar formatos variados, sejam tubulares, em forma de sino, em forma de funil (infundibuliformes), entre outros.

Androceu

O androceu é o verticilo que representa a parte masculina da flor, é composto por folhas altamente modificadas chamadas estames, que podem estar ausentes nas flores femininas.

Cada estame é constituído por um filamento (ausente em alguns casos), geralmente filiforme, embora possa ser espesso, ou semelhante a uma pétala e estéril; e uma antera constituída por 1-3 (geralmente 2) tecas, onde são produzidos os grãos de pólen.

Gineceu

É o último, ou mais interno, dos verticilos florais, representando a parte feminina da flor. É constituído por um ou mais pistilos, que nada mais são do que folhas de carpelo que podem ser separadas, ou mais frequentemente unidas, deixando uma cavidade interna chamada ovário.

O gineceu é composto por três partes: a mais basal é o ovário, que contém os óvulos em câmaras ou lóculos; Posteriormente, no sentido distal, é seguido pelo estilete, estrutura em forma de coluna, e pelo estigma, porção mais distal adaptada para receber grãos de pólen.

Fórmula floral

A flor é uma estrutura muito variável entre as espécies, em termos de tamanho, distribuição na planta, coloração, número e forma de cada um dos verticilos que a compõem, entre outros aspectos.

Porém, dentro de uma mesma espécie ou grupo, essas diferenças não existem, ou são significativamente menores, portanto as características das flores têm valor taxonômico e fornecem informações sobre as relações filogenéticas entre as diferentes espécies.

A descrição da flor fornece então informações taxonômicas importantes, e a fórmula floral é uma ferramenta muito útil nesse sentido. Isso nada mais é do que um simbolismo da estrutura da flor.

A fórmula floral utiliza letras, números e símbolos específicos e, juntamente com o diagrama floral, são utilizados para definir famílias de plantas e descrever espécies.

Trabalho de Carlos Lira Gómez, MSc. em Ciências Marinhas, para Léxico, em 08/04/2024.